segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Menos é mais

Mas nem sempre. 

No meu caso, menos é mais porque o mais não tá dando mais, sabe? 

Minha psicóloga (de novo ela, disgurpe o desgraçamento) me perguntou porque eu sentia uma necessidade ferrenha em ter tudo sobre controle o tempo todo. Eu não soube responder. Ela me perguntou porque eu precisava fazer tudo o tempo inteiro. Eu não soube responder. 

Contei pra ela que tinha cadastro em 57 redes sociais e sites, desde pra postar fotos até pra cadastrar os livros que li, não li mas quero ler, desisti de ler, tenho e quero ler, não tenho mas quero ter e por aí vai. Aí contei que não dava conta de tudo, o tempo era pouco demais e eu preciso de muito. Ela perguntou se não seria melhor eu fazer menos e aproveitar mais. É óbvio que sim, todo mundo sabe disso, menos o meu cérebro irracional. Só que aí eu resolvi tentar. 

Migrei meu e-mail e fiz uma limpa em todos aqueles sites onde eu tinha assinatura e não conseguia acompanhar. Aceitei que nunca vou ler as mais de cem newsletters acumuladas na minha caixa de entrada e aceitei também que eu nem gosto de newsletter. Me conformei que não vai dar pra me atualizar nas leituras dos mais de quarenta ou cinquenta blogs que eu sigo (perdão, amigos, sigo amando vocês), muito menos conseguir mimar com paixão todas as pessoas que eu gosto de mimar com paixão. Sigo tentando aceitar que não tem problema não conseguir acompanhar todas as séries, novidades cinematográficas e novas leituras desse mundão. Isso tem sido problemático, porque é onde mais me culpo. Me culpo por não dar conta dos meus hobbies. Não faz nem sentido.

Aí, ao mesmo tempo, muita gente consegue dar conta e bate a sensação de "todo mundo, menos eu", aquela diaba da FOMO. Nessas horas preciso me obrigar a, mais uma vez, seguir tentando. Porque tá tudo bem. Tá tudo bem serumana e às vezes não dar conta. 

Menos é mais, e eu custei a perceber que não é a blogosfera que respira com a ajuda de aparelhos: muitos dos meus blogs favoritos ainda estão bem vivos e seguem maravilhosos. É o meu blog que respira com a ajuda de aparelhos porque eu venho respirando com a ajuda de aparelhos (não literalmente, graças a deusa). 

Escrevo esse texto pra dizer, oficialmente, que menos é mais e o blog não é, atualmente, uma prioridade pra mim. Eu amo a blogosfera, eu não vou deletar o Oh So Fangirl e muito menos sumir de vez e 4evah. Mas eu já pouco apareço, então é melhor oficialmente dizer que: por enquanto, menos é mais, e eu não posso mais me culpar por não aparecer por aqui. 

Seguirei no twitter falando merda que ninguém quer saber e também no Valkirias, falando coisa que alguns querem saber. Isso não é um adeus. E nem um até logo, porque daí é clichê demais pra mim. 




Voltaremos. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

PokeMongo e Yamasterol

Eu trabalho com obsessões. 

Alguns dirão que o culpado é o mapa astral e seria fácil e divertido colocar a culpa nas estrelas pra justificar tudo. Eu gosto de astrologia, vez que outra leio mapas em lugares diferentes e fico me perguntando como que aquilo pode ser tão certo, ou tão eu. Porém, dias desses compartilhei algumas coisas genéricas com a minha psicóloga e no final da sessão ela pediu um tempinho pra ler em voz alta um certo traço de personalidade. Aí meu mapa astral caiu no chão, porque aquele traço de personalidade, ou tipo de personalidade, ou seja lá o nome que a psicologia dá, era eu também, era muito mais eu. Cortando caminho: tudo é trabalho. Diversão é trabalho, hobbie é trabalho, tudo o que eu faço eu encaro como trabalho. Por esses e outros motivos, passo muito tempo me frustrando. Quando tiro 9,5 em uma prova valendo 10. Quando assisto 80 episódios em um mês, sendo que já assisti 120 no mês anterior. Quando a leitura não flui. Tudo é ruim, nada tá bom. É exaustivo.

Não é algo que eu vá mudar da noite pro dia, tenho muito chão pra trilhar pra ser um pouco menos tensa, e enquanto isso vou seguindo a vida que tenho, até que ela se normalize. Assim sendo, leio sobre coisinhas e conheço outras novas. Moral da história? Agora eu tenho duas novas obsessões pra adicionar na minha lista! Ambas são melhores e mais saudáveis do que as que eu vinha praticando  ̶̶̶̶ as anteriores envolviam farejar o Google de trás pra frente me convencendo de que eu tinha um problema grave de saúde. Ambas, contudo, são na base do vício também.


A primeira e mais atual delas, vocês devem imaginar, é o jogo da Niantic: Pokémon Go. Como boa millenial, eu assistia muito Pokémon na infância, mas não era nada muito hardcore fan (eu guardava isso pra Sabrina The Witch porque eu queria muito ser bruxa). Então, é óbvio que eu não resisti a ideia, muito menos ao hype (saudável! tem que caminhar!! ordens terapêuticas!!!) do game pra celular. A parte não muito boa é que agora eu quero pegar todos os Pokémons possíveis e imagináveis e vou competir comigo mesma o tempo inteiro, porque é assim que a banda toca. A parte ruim é que o pobre do meu celular tá sofrendo de tanto que tô gastando bateria, recarregando, gastando, recarregando. Aí né, eu sendo eu, me obriguei a clicar no 'comprar' em uma bateria portátil. Espero que a diaba segure a onda, porque não foi exatamente barato.


Meu outro vício é a-técnica-que-não-deve-ser-nomeada-caso-contrário-vou-receber-boleto-de-marca-gringa o low poo. Comecei a técnica há uns dois meses, mais ou menos, e, infelizmente, embora meu cabelo tenha diminuído a queda, ainda não tá 100% do jeito como eu gostaria. Acho que tá faltando uns óleos de coco, uma reconstrução (!) e um cronograma capilar pra coisa surtir efeito, mas amigas, é muito difícil fazer tudo isso durante a semana. </3 De qualquer forma, sigo procurando produtinhos e lendo sobre. Dias de lutas, dias de glória, é aquela coisa.

UMA LISTINHA DOS FAVORITOS ATÉ ENTÃO (blogueira de produtos mode on) (Phytoervas me dê jabá):

  • Yamasterol branquinho: conseguiu dar uma hidratada nas pontas horrendas do meu cabelo (ele realmente precisa de uma reconstrução). Usei como creme pra pentear e finalizador. A consistência dele é mais cremosa e menos líquida que seus irmãos, então acredito que ele renda mais. Um outro ponto positivo é o preço: paguei R$5,70 em um tubinho de 200ml. O ponto negativo é que o cheiro dele é bem nada com nada, então pra quem curte coisinhas cheirosas, não vai ver nada demais nesse produto. O Yamasterol branquinho também é indicado pra co-wash, mas por causa da consistência dele eu diria que é capaz de pesar no cabelo. 
  • Yamasterol Argan: já vou pro meu segundo bissinho, de tanto que usei e curti esse produto. Ele tem uma consistência mais líquida, então rende menos que o branco. Em contrapartida, o cheirinho é uma delícia. No meu cabelo ele serviu pra dar um brilhinho a mais. Uso como creme pra pentear e finalizador. O preço é uma delicinha também: R$6,50 o tubinho de 200ml. Ele também serve pra co-wash, mas nunca fiz. 
  • Shampoo Anti-queda com Bétula Natural Phytoervas: tô com uma coleção pequena de shampoo da Phytoervas lá em casa. O de coco, o bio-control e o Anti-queda. O de coco (hidratação intensa) é uma delicinha, e minha mãe, que tem química no cabelo, usou e adorou. O bio-control, shampoo anticaspa, limpa e refresca o cabelo, e pra quem tem problema com cabelo oleoso acho que ele é uma ótima pedida. Agora o anti-queda tem sido muito amor. O cheiro não é o melhor de todos, é gostosinho, mas prefiro os outros dois, mas o resultado tem sido bom. O shampoo rende bastante apesar de não fazer muita espuma (como era de se esperar), e custa em torno de R$17,50. Um outro ponto positivo é que a Phytoervas não faz testes em animais. 
  • Condicionador Hidratação Intensa com Coco e Algodão Phytoervas: com consistência maravilhosa e cheiro característico  ̶̶̶̶  que no começo eu estranhei porque é bem diferente dos cheiros que a gente é acostumado a sentir em produtos capilares, esse condicionador virou um dos meus favoritos. Ele rende muito e deixa o cabelo mais macio. Também custa em torno de R$17,50, como os shampoos. Comprei ele junto com o shampoo em uma promoção e acabei pagando R$30,00 os dois. Meio azedo perto dos Yamasterol, mas nada comparado com os produtos da Lolla ou Bioextratus. 

Ainda tô na procura de máscaras ou uma rotina que se dê bem com o meu cabelo. Intercalo a máscara de nutrição Banho de Creme Força e Maciez Bioextratus e a máscara de hidratação Cachos Marcantes Natura Plant, as duas são boas, mas acho que por causa da falta de uma etapa de reconstrução, elas não ficam essa Coca-Cola toda. Já tentei fazer hidratação de babosa e abacate e também não deu muito certo. Fiz uma misturinha e comecei a usar hoje, e espero que dê certo (água + yamasterol argan + óleo de rícino). Um produto que eu não tinha me adaptado inicialmente e agora têm sido ouro é o Redutor de Volume da Capicilin (o laranjinha da foto), quando combino com os produtos e rotina certos ele fica maravilindo.

Quero voltar pra vocês pra falar um pouco sobre minha viagenzinha pra Cambará do Sul, mas isso é papo pra outra hora. Compartilhem comigo sobre o jogo ou sobre a técnica, ou sobre a vida e os dilemas dela, juro que leio tudinho. ♥

EU POR AÍSe por aqui no blog as coisas fanzocas diminuíram, é porque eu direciono elas lá pro Valkirias. Então lá já rolaram os meus dois textos do mês, e como boa seriadora monotemática (diria que 80% dos meus textos são sobre séries), os dois foram sobre... Séries. O primeiro deles é de Stranger Things e uma análise sobre as mulheres da série ("Stranger Things e outras nem tanto"). E o segundo é sobre as meninas de Girls, sim, elas mesmo ("Girls e a tarefa fácil que é odiar garotas"). Partiu?

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Uhhhhhh twenty t...hree

Então eu não posso mais usar a música da Taylor Swift. R.I.P. época da vida em que eu podia usar 22 como descrição, ou dançar como se fosse minha música porque, de fato, eu tinha vinte e dois. Agora eu tenho vinte e três. 

E esse ano não teve festa. Quer dizer, teve alguma coisinha lá em casa e alguma coisinha fora de casa com os amigos, mas esse ano eu não fui pra festa. Não só porque entro nos vinte e três da melhor forma possível (sem um puto no bolso), mas também porque há algo de muito deprimente em sair do quentinho da minha casa ou da casa do boy pra passar duas horas em uma fila, entrar em um local lotado e estar dormindo em pé às 1h30. A parte deprimente é o final. Uma vez eu aguentava, seja na night baladinha ou seja vendo série até 5h17min da madruga boladona. Hoje em dia não rola não. Realmente, é muito difícil essa coisa de ficar mais velha. 

Mas a gente fica, e levou quase vinte e três anos pra eu admitir que algo ou alguma coisa saiu dos trilhos aqui dentro. Por esse e outros motivos eu comecei a investir em mim mesma e agora, padumtss, faço terapia. É!!! Sim!!! O desgraçamento da cabeça deixa de ser piadinha de twitter quando passa a te paralisar, te estagnar, te fazer perder a vontade de fazer tudo o que tu gosta de fazer e quando a solução e única coisa possível é chorar o tempo inteiro. Tudo tava um bolo de merda confeitado com bosta, um buraco bem fundo, com ar pesado, mas eu manejava muito bem, e mascarava muito bem, até que não deu mais. Não recomendo. A parte boa é que eu percebi isso, talvez um pouco tarde, e quem sabe agora eu melhore. De verdade.

   

Uma outra coisa sobre esses vinte e três anos é perceber que eu não guardo rancor, não sinto ódio, inclusive até nutro um carinho de longe. Sei lá, larguei algumas coisas pro mundo tomar conta, desejando muita sorte e coisa e tal. Mal consigo lidar com as minhas coisas, pra que me deixar mais pesada tentando lidar com coisa que já passou? Vida que segue, é como eles dizem. 

Não tá tudo lindo e maravilhoso, mas a vida tá indo. Mudei a cara do blog pra ver se volto a blogar e adicionei abinhas pra ficar mais interativo. Hoje volto pra faculdade, pra começar meu penúltimo (amém our lord and savior Jesus Christ) semestre do curso. Tenho muito o que fazer nesses próximos meses, e é por esse motivo que decidi não participar do BEDA esse ano  ̶̶̶̶  ano passado eu peguei uma ressaca tão grande que seria capaz de eu desistir de vez dessa vez. Tô tentando controlar a mente pra não me descontrolar tanto, e tô tentando investir meu tempo no que dá certo e me faz bem. Vamos ver no que dá, né?

No mais, comecei a maratonar American Crime Story com o love e sinto que será uma jornada A+. Também tô lendo Carry On da Rainbow Rowell e tô curtindo muito mais do que achei que curtiria (eu não curtia as partes do Simon e do Baz em Fangirl). Tô precisando de músicas novas e aceito indicações. Terminei semana passada de assistir Stranger Things e curti muito a série, inclusive até pari um texto sobre pro Valkirias (mas ele ainda não foi ao ~ar~). Queria ter assistido mais e lido mais durante as férias, não deu, então né, vamo fazê o quê. Ah, é, também tô apanhando muito no multiplayer do Uncharted 4, mas isso já era esperado. 

Pra terminar, meu agosto será cheio e se tudo der certo eu volto pra contar pra vocês. 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Desconstrução: pero que sí, pero que no

Eu desapareço, digo que voltei, desapareço de novo, aí chego e largo um texto, diria os chorões, mimizento sobre feminismo na roda. Mas fazer o quê? That's how I roll

Faz alguns anos que venho me familiarizando com o feminismo, antes de forma tímida e depois avidamente, e junto a isso olhando pro próprio umbigo pra mudar pensamentos, falas e atitudes que eu, como mulher, sempre fui acostumada a endossar, a aceitar, a não pensar duas vezes sobre. O nome disso é desconstrução. E é um treco que dói bastante. 

Dói porque não só tu percebe que as coisas tão erradas, mas como elas, às vezes, tão erradas e partem de ninguém menos que bem... você. Dói porque é um processo constante, que não tem fim. Há sempre mais pra aprender, há sempre mais pra ouvir, há sempre mais pra desconstruir, e a cada passo pra frente que a gente dá, o negócio fica muito mais pesado. Fica mais pesado porque incomoda ver dezenas, centenas, milhares de coisas erradas (pra caralho) o tempo todo. Fica mais pesado porque chega uma hora que você fica de saco cheio, não daquilo que te ensina e te coloca pra pensar, mas de saco cheio de quem parece não enxergar, se faz de desentendido, ou, pior, finge que aquilo não é real e não existe. Fica mais pesado porque você não apenas observa o grosso do negócio, você observa que é uma praga (na real, um sistema) tão bem fechado, que até nas pequenas nuances a coisa tá errada. E aí você para de achar graça, não porque você virou falso moralista, mas porque, de verdade, é muito fácil achar graça de trem errado.  

Eu aprendi muito mais do meu feminismo lendo sobre vivência do que doutrina. Já li alguns livros feministas, tenho uma penca de livros na minha lista de leitura, e a cada novo momento de estudo  ̶̶̶̶  às vezes, estudar é só se dispor a ouvir  ̶̶̶̶  eu aprendo um pouco mais, e penso um pouco mais, e fico ainda mais desgraçada da cabeça. 

Aprendi, com o tempo, que há diferença entre ser mulher, e ser mulher e negra, e ser mulher e negra e pobre, e ser mulher e gorda, e ser mulher e mãe solteira, e ser mulher e lésbica. Aprendi que quando mamacita fala, vagabundo senta, e que às vezes somos mamacita e em outras vagabundo. Foi ouvindo que eu aprendi, e é ouvindo que eu aprendo. 

Então por mais que desconstrução seja um processo longo e dolorido, por mais que o feminismo seja (des)construído aos poucos, e que ninguém acorde sabendo de tudo da noite pro dia, não custa muito  ̶̶̶̶  na real custa muito pouco  ̶̶̶̶  colocar a mão na cabeça antes de sair falando merda por aí. Principalmente se você, mesmo que negue e esperneie, tá nesse barco também. 


Não é bonitinho pagar de feminista e diminuir a mina gorda porque ela não usa 36 que nem você, e não adianta fazer fiasco não, ser chamado(a) de saco de ossos não é a mesma coisa que a opressão que o(a) gordo(a) sofre. Bonitinho é ler um pouco e pensar um pouco antes de falar bobagem. 

Também não é bonitinho pagar de feminista e fazer brincadeira com coisa séria, ou rir de piadinha com coisa séria, porque isso é o equivalente a bater palma pra maluco dançar, e eles vão continuar dançando, sabe? E no mais, enfia no cu essa piada, e essa atitude, porque ninguém mais aguenta gente babaca. 

Não é legal, muito menos certo, xingar toda e qualquer garota com base em ciúmes (vale mais resolver isso dentro do teu próprio relacionamento, it takes two to tango after all), da mesma forma que não é válido o discurso de sororidade pra passar a mão na cabeça de gente sendo escrota. 

Cagar regra no feminismo das outras não é o certo, ninguém é a desconstruidona que sabe de tudo, lá no começo do feminismo eu acreditava em liberdade (pra fazer pornô, pra prostituição, pra fazer sexo com quiser), era um feminismo muito liberal, mas a gente caminha e aprende que isso é só a porta de entrada. A gente aprende que há recortes a se fazer, que há vertentes no feminismo, e, o mais importante, que nós erramos. Então a gente discute, indaga, troca figurinhas, eu pra ajudar a mina que entrou agora nessa vida, e a outra pra me ajudar a mudar um pensamento quadrado que eu tinha. 

Lá no começo eu escorregava em bordões gordofóbicos, homofóbicos, machistas, e hoje eu já aceito com mais facilidade que eu não sou gorda porque engordei três quilos, nem que algo é gay porque é feminino (afinal, tudo o que remeta à feminilidade vai ser remetido à fragilidade, futilidade, superficialidade, e vai ser remetido, é óbvio, ao ser mulher) (porque ser mulher é tudo o que há de ruim no mundo) (só que não). 

Temos que tirar a cabeça da bunda pra perceber essas coisas, mas temos que fazer um esforço. E por mais que doa, há algo de especial em enxergar fora da caixa. 

Então sei lá, tenta? Tenta.

Partiu ler? Blogueiras FeministasBlogueiras NegrasCapitolinaGorda e SapatãoLugar de MulherThink OlgaValkirias

quarta-feira, 22 de junho de 2016

E a vida?

Decidi fazer uma limpa no bloglovin porque cada logada é um sentimento de culpa diferente. Não consigo dar conta nem da vida, quem dirá de acompanhar 57 (não sei, por aí?) blogs diferentes. Como eu fazia isso uma vez cai longe do meu entendimento. Espero voltar a fazer num futuro próximo. Gosto muito de mimar meus blogs favoritos. De qualquer forma, decidi limpar o bloglovin e deixar só o suprassumo dos blogs que eu sigo, meus favoritos, as pessoas que eu curto e aquela parafernália toda. 

Sigo pensando se a ~blogosfera~ está viva, mas acho que nem tanto. Respirando com ajuda de aparelhos, talvez? Não sei. Eu não ando muito viva na blogosfera, não ando nem muito viva na vida online. 

Tô terminando meu 8º semestre no curso do Direito. Faço 6 matérias. Tenho, ainda, 5 provas pela frente e um trabalho. Além disso, tem o trabalho, que eu amodoro, mas é uma tarefa que drena ter que lidar com pessoas doentes, irritadas, que precisam de dinheiro: tudo é sempre muito difícil e o ouvido, coitado, vira penico constantemente. Além disso, eu tenho que dar uns chêro no meu boy porque também sou filha de Deus né, mereço uma mísera pausa por semana pra ver série, jogar Uncharted e comer porcaria junto com o love. Também tem minha lista tímida de 31 séries pra maratonar e acompanhar e do lado, tem a pilha de livros que eu quero ler. A cereja do bolo (se eu gostasse de cereja), é a minha filha: eu amo ela de paixão, então passo bastante tempo dando carinho e amor pra moça, mas isso também me deixa ainda mais sem tempo.

Não acho que o dia deveria ter mais de 24h. Mas eu bem que aproveitaria um dia livre extra por semana. Uma semana de 8 dias seria A+. 

No próximo semestre o buraco vai ser mais embaixo. Começo o TCC, os atendimentos ao público na universidade, e estudar pra prova da OAB. Como vou ter tempo pra algo? São questões.

Queria tanto BEDAr esse ano, porém tenho a forte impressão que não vai rolar. Ainda mais considerando que até com exames chatos e consultas médicas eu tô tendo que lidar. 

A vida tá seguindo sim, senhoritas. Mas migas e migos, tá bem loca. 

E vocês? 

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Hello from the dark side

Mudei a cara do blog pra ver se sinto mais vontade de blogar. Quer dizer, blogar nem é a palavra porque... meh? A palavra certa é escrever. Porque eu abandonei aqui, lá e um pouco mais além pela simples inabilidade que eu sinto em escrever. Era simples, às vezes um pouco mais difícil, mas no geral eu escrevia, agora eu não escrevo, e somo a isso um tantão de coisas acontecendo e não acontecendo (ao mesmo tempo) e aí fico assim. Olho pra barrinha do arquivo com míseros 13 postzinhos e fico até triste. Mas é aquilo que dizem: não se pode ter tudo.

O que eu tenho tido?  ̶̶̶̶  eu me pergunto. 

Meu semestre na faculdade está ok, sigo mirando o futuro não tão longínquo da formatura com certo receio e ansiedade. Falta um ano ainda. Muito chão pela frente: TCC, prova da Ordem, lágrimas e quem sabe um curso de dicção e oratória. No entanto, minhas notas estão boas, eu consigo responder em sala de aula sem entrar em combustão espontânea, apresento trabalhos sem ficar com o estômago revirando e, pelos meus cálculos, já fiz quase todos os trabalhos previstos pro semestre. Rory Gilmore would be proud.

No mais, está menos. Tive e tenho tido dias em que a única coisa pelo qual almejo é que a noite chegue pra eu voltar pra cama dormir e desligar de tudo. Minha paciência beira o inexistente, nada me surpreende embora muito me desaponte, e eu sinto um total de zero vontade de tentar agradar (as in ser legal) gente que não devolve a reciprocidade  ̶̶̶̶  eu nem sou obrigada, mas às vezes a gente faz um esforço né?, ando bem desinteressada e desmotivada. Sem vontade de ler, de assistir séries, de assistir filmes, de me reunir com os amigos. Parece que eu esboço a realidade que eu tinha e gostava e não consigo, embora eu queira (será que quero?), fazer mais parte daquilo.


É um estado da mente e como as coisas se encontram. Venho dizendo a mim mesma que tá tudo bem, que vai passar, que isso e que aquilo. Só que chega uma hora que até da nossa fé a gente duvida, porque as coisas não passam, os mesmos filmes e argumentos ficam rodando na nossa cabeça e bem... Enche o saco. Seria fácil, sendo sincera, levar as coisas na base do fake it until you make it, mas pra mim só parece um fake it until you fake it some more e é chato. 

Quero me interessar, me motivar, colocar um gás nesse corpo porque o coitado tá precisando. Vou me obrigar a tentar um pouco mais, ao menos por aqui que é algo que eu faço por mim. Posso voltar? Voltei.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Abram as janelas

Ou: Um Post sobre Etiqueta no Transporte Público

Não, sério, abram as janelas. Por favor, abram a porra das janelas. Façam isso porque sim, eu sei que está frio, mas está muito pior com todas. As. Janelas. Fechadas. Não me entendam mal, colegas de lata (não aula, não trabalho, mas lata mesmo). Sei que somos todos sardinhas aqui dentro. Espremidos. Apertados. Quase empilhados nesse ônibus pequeno demais, com assento de menos, pra todos nós. Mas abram as janelas. Deixem o ar correr e levar pra fora esse ar viciado e quente (comer vidro deve ser mais agradável do que respirar quente), levar pra fora esse montão de vírus acumulado aqui dentro. Por favor, façam isso antes que eu comece a, de muito longe, olhar pra todos os lados, com o coração acelerando, pensando que vou morrer sem ar e doente porque está tudo fechado. Seth Cohen me olharia com pena e compreensão, porque sabe, é uma merda. Abram as janelas porque até os vidros estão suados pedindo misericórdia (e eu também).

Uma dica para o rosto gelado é carregar protetor e hidratante dentro da bolsa. É melhor hidratar do que pegar gripe. Dói o nariz? O frio? Dói sim. Mas dói mais ver tudo fechado. E de novo, amigos, não é pessoal. Eu preciso deixar algumas frestinhas da persiana aberta todas as noites, porque na minha cabeça ou eu morrerei sem ar se não fizer isso, ou eu morrerei sem ar se não fizer isso. É louco, meio maluco, e nada pessoal. Dentro de carros eu faço isso também. Nem que seja a largura de um dedo, mas preciso saber que por algum lugar o ar (não tão) limpo está entrando. Abram as janelas, pelo amor de Deus. 

***

Movam-se. Eu sei, o ônibus está lotado, todos os assentos estão ocupados, a cada curva é uma emoção sabendo que você até poderia cair não fosse todos esses corpos juntos, ocupando o mesmo espaço, o que não dá nem chances de você atingir o chão. Mas movam-se. Eu sei que esse espaço depois da catraca é um pouco maior que o resto do ônibus, mas olhe ao redor: há espaço livre lá atrás, há pessoas tentando passar pela catraca, use esse seu corpinho e mova-se. Ande. Vá até lá atrás, abra lugar, pelo amor de tudo o que é mais sagrado. Dá licença, demônio. 

***

Aquele banco tá molhado? Isso, o banco da janela está molhado? Quando chove às vezes acontece isso. Tudo bem, coisas da vida, mas ei, aquele banco da janela está molhado? Não? Então me diz porque diabos você está sentado no banco do corredor e trancando o acesso do banco da janela? Você é otário sempre ou só quando usa transporte público? "Ain mas a pessoa pode pedir licença pra sentar ali"? Sim, e você pode pedir licença pra sair. Mas que merda.

***

Ei. Pera lá. Por que você tá vindo na minha direção? Ihhhh. Que isso. Olha esse ônibus vazio, sério que você vai sentar do meu lado? Ah, fala sério. Não faz isso não. Porra meu, pra que fazer isso. O ônibus tá praticamente vazio... (a situação é amplamente desesperadora se a pessoa em questão for um homem).

***

Essa semana presenciei uma Daquelas Pessoas™  que se acham donas da razão mesmo quando estão erradas. A menina, no auge dos seus vinte e cinto anos (um chutezinho básico), discutia com o motorista (amoreco, pára de falar com o motorista), com todo o afinco o quanto ela estava certa em ficar sentada nos bancos antes da catraca, e como uma mulher idosa tinha sido idiota com ela, batendo boca no meio do ônibus, porque ela ficava sentada nos bancos antes da catraca.

Sua justificativa era que uma mulher muito mais idosa e com uma filha com Síndrome de Down haviam passado pela catraca e ido sentar nos muitos bancos livres que haviam nos fundos do ônibus. E fizeram isso sem reclamar!!1!!!1 Olha que pessoa mais graciosa aquela senhora passando trabalho desnecessário só poRQUE EU QUIS SENTAR NA FRENTE!!1!! 

Minha vontade era mandar ela comer um calabokitos, tirar a cabeça do rabo e parar pra pensar que ela. Não. Tinha. Razão.

Bancos na frente da catraca, pra mim, são pra pessoas que tem dificuldade em passar por ela. Idosos, obesos, pessoas com crianças pequenas. Não pra uma marmanja saudável que poderia muito bem passar pra parte de trás do ônibus – que pasmem, estava quase vazio.

Não sei que tipo de orégano essas pessoas fumam pra achar que uma situação dessas é ok e aceitável, e que elas tem razão.


Obs.: Oi gente, agora eu tenho um site! Com as minhas amigas! Sobre cultura pop e feminismo! SIMMM! Acessem lá: valkirias.com.br. ♥

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Pra não dizer que não postei durante um mês

Faz quase um mês desde a última postagem. Mas, pra evitar a fadiga, não vou gastar os dedos e os olhos de vocês e não vou pedir desculpas pelo sumiço. 

Coisas acontecem e às vezes a gente digere elas de formas e em tempos diferentes. Não é preciso cavocar muito aqui no blog pra saber que algumas coisas aconteceram, ou não aconteceram, e eu virei um punhado de nada (ou tudo, muito sentimental). 

A real é que algumas coisas não melhoraram. Outras pioraram. A perspectiva não é muito boa, apesar de estável, e a única coisa que me anima é um projeto que logo logo poderei compartilhar com vocês. O sentimento que reina segue sendo o disappointed but not surprised, e em muitas vezes eu nem consigo mais me importar. Sigo calma, feito o olho do furacão de Sylvia Plath. 

Contudo, ao menos, tô organizando melhor meu tempo. Produzindo mais, estudando mais, colocando as coisas em dia. Às vezes de forma mais exasperada que outras. Esses dias li em algum lugar que quando a gente se sente desanimado, triste, pra baixo, o negócio é ir estudar. Pelo menos investimos nosso tempo de bad em algo que vai retornar pra nós mesmos. Eu achei uma tremenda de uma bullshit em primeiro momento, mas depois vi que até que rola sim. Dependendo da intensidade da bad do momento. 

A isso posso adicionar o fato que enxergo alguns aspectos da minha vida com mais clareza agora. E aos poucos consigo me focar no que interessa e abrir mão daquilo que não fecha mais. A alma muda de cor, e de repente a cor amarela não faz mais parte do grupo de cor azul, sabe assim? Então, é por aí.

Seguindo em frente seguimos a vida. 

* * *

Terminei, depois de dois meses (sou uma fraude, mas li Como Eu Era Antes de Você no meio, em minha defesa), o livro da Amanda Palmer. Aprendi com ele, favoritei no Skoob, usei muitos marcadores durante a leitura. Fui tentar aplicar uma das passagens (quem vê pensa que é livro de auto ajuda, né não?) na vida real  aquela em que Amanda e Neil começam a brincar de se perguntar do que você tem medo? ad infinitum, mas não deu certo. Mas ei, do que você tem medo? Vamos conectar os pontos. 

Pra não deixar a peteca da leitura cair, achei que seria um ótimo momento engrenar, finalmente, na leitura de A Redoma de Vidro da Sylvia Plath. Ainda estou no começo (pág. 50), mas já usei dois marcadores  seriam mais se eu não tivesse me controlado. Volto pra contar o que achei da aventura.

* * * 

Ontem fui pro trabalho com um vestido. Eu uso vestidos no trabalho, apesar de não ter muitos. Fiquei me indagando durante 17 minutos se ele não tava um pouco curto pro ambiente. Cheguei a conclusão que ele tava curto sim, mas estava fazendo 31ºC na rua, nossa sala (de vidro!) (sem ar condicionado) bate sol a tarde inteira, e o dia não teria clientes. Então me perdoei pela gafe cometida e segui com a jornada. 

Entrei no ônibus e depois de um tempo percebi que uma borboleta branca com detalhes em preto tentava sair pra rua, mas falhava toda vez por causa do vidro. Fiquei com pena, mas torci pra ela conseguir sair por alguma janela aberta.

A borboleta saiu, mas de uma forma mais legal. Ela pousou na parte de trás da perna de uma mulher e assim que a mulher pisou na calçada, a borboleta saiu voando.

Foi muito bonito e cheguei no escritório comentando o acontecimento tentando fazer jus ao momento bem do jeito que ele foi: lindo e significativo. Às vezes a gente é meio borboleta, dando de cara em vidros sem perceber que eles estão ali, mas cedo ou tarde nós nos damos conta que estamos presos e seguimos o mesmo instinto de liberdade que a brabuleta seguiu.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Sincericídios super-heróicos y otras cositas más

Às vezes me dou por conta que sou meio walking contradition. É uma frase pedante, mas é verdade. Percebo isso quando meu discurso é um e minhas atitudes destoam um pouco dele. É como dar um tapa com uma mão e assoprar logo em seguida.

Digo isso sem muito pesar porque não é uma questão de vida ou morte, e sim porque constantemente levanto a plaquinha do não aguento mais filmes, reboots e spin-offs de super-heróis, e vez que outra (lê-se: com bastante frequência) acabo dando ibope pro seguimento.

Sou uma pessoa que tem Marvel's Daredevil no top 5 de séries atuais, e coloca uma confiança sem tamanho nessa aventura da Marvel + Netflix. É bem comum que eu esteja em uma estreia, pré-estreia, pagando dinheiros, geralmente não tão bem investidos, em algum filme grandão de super-herói.

Não sei se continuo fazendo essas coisas porque gosto, porque acostumei ou porque vou na fé que vai ser algo melhor. Talvez um pouco dos três. Eu curtia muito mais a jornada lá no começo, mas coisas acontecem e hoje em dia não é bem assim. Estamos liberados a não aguentar mais um negócio, apesar de gostar da ideia dele, não é mesmo?

Na última quarta-feira, talvez impulsionada pelo FOMO e não querer ficar de fora, aceitei acompanhar meus amigos na pré-estreia de Batman v Superman: Dawn of Justice, e já de cara aviso que detestei. Eu nem queria assistir o filme, então a situação toda era um cê nem devia tá aqui, linda. Mas eu tava e, sem querer fazer a Glória, opinarei.

Deveras relevante.
Quando o trailer saiu apostei algumas fichinhas e cookies de que ele seria péssimo e não só acertei (infelizmente), como percebi que foi mais péssimo do que eu esperava. Diálogos forçados, atuações ruins, personagens sem desenvolvimento, plots desnecessários que tornaram o filme uma farofa sem tamanho, lutas maçantes e sem sentido (eu diria que é um parâmetro bem ruim piscar de tédio e sono durante lutas, em um cinema), e 2h30 de filme que mais pareciam 17h –dessas quais só 20 minutos prestaram. Coloquei muita fé que Wonder Woman salvaria o filme e, embora tenha sido introduzida com 201 tipos de diferentes de clichêzões e carões, foi a única coisa, pra mim, remotamente interessante. Ah, é, talvez eu dê dois pontinhos pra trilha sonora, mas é impossível esperar menos de Hans Zimmer. No fim do dia Batman e Superman foram dois bebês com mommy issues.

Além do óbvio bode com o filme, peguei bode também da equação. A real é que a fórmula desses filmes são sim a mesma: são super-heróis lutando entre si ou contra um vilão, mais hora menos hora criando desgosto perante as autoridades, e sofrendo algum tipo de redenção em um determinado ponto da história (no caso de Dawn of Justice, algo falso que ninguém comprou). E tá ok. Não tem problema nisso. São super-heróis, no final das contas. A questão é que a gente pode ter uma mesma fórmula, mas usar valores diferentes pra ter um produto diferente, não pode? Tipo futebol, que às vezes é um jogo chato que ficou no 0x0 e às vezes é algo incompreensível e louco feito um 7x1. Mesma fórmula, resultados e impressões diferentes.

E assim: eu, você e todo mundo precisamos concordar que ninguém aguenta mais esse mais do mesmo, um chove não molha com histórias parecidas e efeitos especiais que saíram da mesma fornada. Não sei se eu era muito nova pra lembrar ou se a coisa realmente agravou nesses últimos anos, mas Hollywood encontrou um nicho que beira ser uma mina de ouro, e por assim o ser, continua insistindo e sugando e focando nisso de uma maneira que já saturou. É uma tentativa de raspar fora até o último resquício dourado da parede, sem perceber que a estrutura vem há tempos caindo por terra.


No fundo do coração, acho que já passou da hora das grandes produtoras darem um foco em especial pras super-heroínas desses universos. Entendo que por questões legais e capitalistas todos fingem que é ok ter dois personagens iguais, sendo interpretados por dois atores diferentes, em duas franquias diferentes, ou que é ok usar um ator novo pra contar aquela história que todo mundo já tá careca de saber porque a cada três anos ela é contada de forma diferente, em um reboot novo, com um cast novo. Mas não entendo essa malemolência (pa dum tss) em abrir o leque, expandir os horizontes, e arriscar um pouco mais.

Um dos amigos que estava comigo na pré-estreia disse que a minha opinião não vale muito porque eu sou eu – no caso, feminista escancarada que sempre vai levantar esse debate. Aparentemente meus óculos feministas me fazem enxergar as coisas de outra forma (graças a Deus), mas independente disso, é assim que muita gente que consome dessa indústria se sente – vide os requisitos ávidos por filmes de Wonder Woman, Black Widow ou Captain Marvel, e o clamor geral e ótima aceitação que tiveram séries como Jessica Jones, que caiu longe do óbvio e entregou uma série de nível altíssimo enquanto tratava de um vilão muito real: um abusador; ou Supergirl, que foi a série de estreia com o maior rating na última fall season e mantém um nível que varia de 6 a 12 milhões de viewers por semana, deixando os companheiros Arrow, The Flash ou até mesmo Gotham pra trás.

Mas quando entramos nesse viés, usando ou não o óculos do feminismo, caímos em dois buracos inevitáveis: o da falta de protagonistas mulheres no cinema e na TV, e o das criaturas impossíveis, os fanboys.


E ninguém tá dizendo que não existem personagens femininas marcantes, relevantes, que carregam séries inteiras nas costas e entregam papéis memoráveis (nomearemos os bois e bateremos palmas pro universo Shondaland), a questão é que ainda é muito pouco. É comprovadamente pouco.

Em 2013 a New York Film Academy publicou, com estatísticas e linhas do tempo, um estudo sobre a desigualdade de gênero na indústria cinematográfica. O negócio é real e palpável, e fica ainda mais duro quando evidenciada a questão racial na jogada. Isso tudo, por óbvio, reflete diretamente naquilo que estreia semanalmente nos cinemas do mundo todo. Não são só poucas mulheres atuando e produzindo, são também pouquíssimos filmes sobre mulheres – ou super mulheres.

Eis que, no buraco sem fim ao lado estão os fanboys de todas as idades. Eles são um tipo esquisito que pensa ter legitimidade em se achar superior às fangirls e que faz, de alguma maneira, que as risadas e discussões acaloradas de fãs mulheres valham menos que as feitas pelos garotos da casa ao lado.

Essa estrutura vem de longe. É um passe livre quase mundialmente distribuído poder julgar meninas e adolescentes por amarem boybands, young adults ou filmes água-com-açúcar, porque isso são coisas de garotas e por serem coisas de garotas obviamente elas valem menos. Nele vem grudado um outro ticket que reforça ainda mais a cabeça fraca dos que vivem no mencionado buraco: o de boys will be boys, que implica achar super natural e saudável quando dois garotos caem rolando na grama discutindo futebol porque meu time melhor que o teu e Capitão América melhor que Iron Man (não é, jamais será). 

She can simply like her coffee from Starbucks and suddenly she’s vapid and thinks herself poetic. She’ll want to play video games but be called a fake nerd, particularly if she poses in any remotely flirtatious way because for some reason despite the entire community playing games with poorly dressed women they still hate it when a real girl wears less clothing, she will be seen as trespassing in a specifically male space - but when she falls in love with a female-based television show for children, she’ll watch as men step on themselves to sexualize it.
Teenage girls aren't the downfall of society, society is the downfall of teenage girls

De alguma maneira, a fã mulher tem que provar que é fã, e sabe, e sabe de verdade, mas no fim do dia ainda vai aparecer alguém dizendo que ela não sabe de nada – mas se ela fosse um ele, a opinião dela seria respeitada, levada em consideração, ou sofreria menos pressão pra quebrar. Não é uma falácia, é uma constante que nós, nesse nosso barco, temos que nos fazer ouvir, enquanto a eles lá fora são dados todos os ouvidos.

Aqui nesse papo, não importa que ambos Maria e João só consumam os universos cinematográficos e televisivos de diversas franquias. É com frequência que vai brotar alguém, ou melhor, algum, batendo na mesa com as duas HQs que leu na vida, querendo derrubar toda a opinião que a moça deu, mas deixando intacta a opinião do colega ou debatendo e trocando opiniões de forma sensata (embora que: fanboys sensatos, um mito).

É um abismo porque quando eu chego batendo na mesa com os meus livros, os textos lidos, e toda uma carga de série nas costas, fazendo com o colega o mesmo que ele fez comigo, defendendo uma personagem jovem feminina de um universo fantástico ou uma esposa casada com um sociopata, minha opinião não vale nada porque a moça é uma personagem jovem feminina de um universo fantástico ou uma esposa casada com um sociopata (e eu sou só uma não-assim-tão-jovem-porém-feminina defendendo elas).

PAUSA. Tenho um super respeito por quem consome as histórias em outras plataformas. Gostaria muito de assim o fazer, mas eu mal consigo manejar meu tempo com o que faço e o que já acompanho, então deixo isso pra quem realmente gosta. Aceitei a derrota de que às vezes não se pode fazer tudo, ler tudo, ouvir tudo e assistir tudo. No entanto, não vou te entregar minha carteirinha de fã só porque eu assisto coisas em contraponto a ler coisas. E ninguém vai roubar tua carteirinha de fã se você quiser fazer o mesmo. 2016, gente. Tá liberado achar uma adaptação boa ou achar uma bosta (vide Game of Thrones que eita adaptação bem bosta mddc) e fazer críticas quanto a isso. Não tá liberado cagar na cabeça de quem julga uma coisa desconexa só porque você julga ela em conjunto e comparado com x, y ou z. DESPAUSA.

Essa vibe inteira é muito louca, e se eu pudesse registrar algo seria que não vale a pena bater boca com fanboys – e que eu deveria ouvir meus próprios conselhos. Existe uma ciência que prova que eles jamais admitirão que estão errados, e que a masculinidade deles quebrará em duzentos e cinco pedaços caso uma mulher saiba mais que eles sobre super-heróis, vídeo games, futebol, ou qualquer outra coisa que eles pensam saberem mais única e somente porque são homens.


Seguirei assistindo a filmes de super-heróis (sejamos sinceros, a quem eu quero enganar?), mas com cada vez menos interesse. Espero de verdade que eles lá em cima – produtores, escritores e estúdios – tirem um pouco a mão do bolso e coloquem ela na cabeça, e percebam que as pessoas vão continuar pagando pra assistir filmes que saiam fora da caixa. Que personagens mulheres conseguem sim carregar séries e filmes nas costas, mas que é impossível que isso aconteça se a insistência chata de que não, não conseguem, continuar. Façam colecionáveis dessas personagens, façam roupas dessas personagens – se a questão é dinheiro, tem muita gente querendo de verdade pagar por isso. Lembrem que cinquenta por cento do público que paga para ir ao cinema são mulheres. Aceitem a oportunidade de fazer diferente e depois a gente conversa se deu certo ou não. Afinal, se Batman vs. Superman é algo que foi aprovado e distribuído, caminhar por outros lados não seria tão ruim.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Burrito of sadness

Dias desses eu comi burrito pela primeira vez na vida. Foi uma experiência boa, apesar de pesada. Pensei que meu estômago e afins não iria aguentar aquela comida mexicana cheia de arroz, feijão, carne e molhos temperados, tudo junto e misturado. Mas aguentei, porque meu corpo às vezes me surpreende. Não colocar tudo pra fora, eu que sempre tive estômago sensível, foi um tipo pequeno de vitória. 

Eu tinha ido passear com uma amiga, procurar uma mala pequena pra minha viagem da semana seguinte, e deu tudo muito certo, milagrosamente. 

Mas as coisas dão certo até que elas não dão, né? 

Na quinta-feira retrasada precisei visitar o fórum da cidade, mas o mundo virou na hora, e chuviscava, e ventava, e eu, com jeans, malhas e tênis, queria me esconder atrás da minha pastinha e do meu processo enquanto esperava o ônibus de volta ao escritório. O ônibus voltou lotado, mas eu cheguei no escritório... Pra perceber que o pessoal do fórum, com quem eu nunca tive problema, me entregou o processo errado. Então eu voltei lá (de táxi, dessa vez, porque a chuva era mais forte). Chorei as pitangas pra servidora que ficou horrorizada com o que tinha acontecido. 

E sabe, mesmo que eu tenha passado frio, tá tudo bem, eu não vou ficar mal. Minha garganta arranhava um pouco, mas no momento que pisei em casa eu fui beber um café quentinho, e mais tarde tomar vitamina C e desejar, com tudo isso, que desse tudo certo amanhã, porque amanhã as coisas vão dar certo.

***

Acordei às 6h30 da manhã pra poder tomar banho e sair uma hora depois rumo a capital pegar um voo previsto pras 11h55min. Que horas o voo saiu? Depois das 15h. São Paulo foi lavada por chuvas, tudo virou um caos, nem os aeroportos sobreviveram, e um dia depois todo mundo ainda sentia os estragos causados. 

Mas sabe, tudo bem, vai dar tudo certo. Vai dar tudo certo, mesmo que tenhamos perdido o primeiro shuttle gratuito de Guarulhos até Congonhas porque tinha muita gente na nossa frente. É ok esperar uma hora até o outro, e mais ok ainda levar uma hora e meia até Congonhas. Eu fingia que era irrelevante que o ônibus estivesse um iglu de tão gelado. 99% na fé que ia dar tudo certo, mas aquele 1%...

Chegando no nosso apezão (esse sim não decepcionou), o chuveiro não esquentava. Malditos chuveiros a gás. Eu não tinha nada quentinho pra usar, então rezava poder dormir uma boa noite quentinha de sono e acordar 100% no outro dia. Eu me convencia que estava tudo bem, mesmo que tenhamos pedido uma pizza que foi a pior experiência da minha vida. Alguém deveria ensinar São Paulo a fazer comida decente, porque as que comi foram de medianas a péssimas. For a pessimist, I'm pretty optimistic, já canta minha bandinha.

No outro dia eu acordei com tosse, garganta arranhando e uma afta diaba na boca. Tudo bem, vou comprar pastilha, vou melhorar, vou assistir Of Monsters and Men, e Mumford & Sons e Halsey.

Mas correr de um lado pra outro naquele estado não foi muito bom. Nem ter que usar capa de chuva como casaco porque o frio que eu sentia era tanto que eu batia queixo. Nem ter que esperar, depois, passando ainda mais frio, uma hora e meia até nossos amigos do ap aparecerem com a chave. Eu tava que era o diabo. Parecia mal humor, mas era só doença que se aproximava.

Dia seguinte eu acordei pior e comecei a tomar remédio na esperança de que fosse algo simples e logo melhorasse. Fui obrigada a comprar meia calça pra não passar frio e ela me apertava mesmo sendo a indicada pro meu tamanho. Fuck you, Forever21. Cheguei no autódromo e fizeram eu rasgar um pacote lindinho de coisas que eu havia comprado de presente na Lush. Ingênua. Então fui passar meu ingresso pela catraca, pra plmdds, deixar a zica toda pra trás. O que aconteceu? Ele não aceitava. Foi A+ ver todos meus amigos passando e eu ser mandada pra tenda dos fracassados que os ingressos marcavam NÃO ENCONTRADOS. Engoli muitas lágrimas de frustração naquele momento, minha vontade era mandar tudo e todos pra pqp e voltar pra casa.

Fui assistir Florence sentindo a cabeça pesada, o nariz escorrendo, e uma tosse que mais parecia a morte. Mas ok, depois de muito empurra empurra e chuviscos, Florencia me abençoou e grazadeusa no outro dia deu tudo certo com o shuttle (apesar da correria que me deixou sem ar) e o voo (apesar das dores impossíveis que senti durante ele).

Cheguei em casa (casa casa, a minha casa) e o peso das coisas darem tão errado bateu forte e eu fui dormir chorando. Porque sou madura, porque eu choro quando fico doente, eu choro quando sou deixada de lado, eu choro quando as coisas não saem como o esperado.

(créditos)
Me arrastei por uns dias, faltando aula e pensando em como tinha me enfiado naquela furada. Fui pro plantão porque, Dr., não guento mais (e porque minha chefe disse que eu estava horrível e mandou eu ir). Resultado? 14 dias tomando antibióticos e anti-inflamatórios, e aqui jaz a pior crise de sinusite que já tive na vida. Todo o meu rosto dói, até minha gengiva dói, minha cabeça parece um tambor cheio de eco, e olfato e paladar é algo que eu sinto saudade de ter. Me sinto drogada o tempo inteiro, não consigo me concentrar, não sei direito as coisas que falo, tudo é aéreo e eu me sinto apática.

A turbulência do que anda acontecendo no Brasil não ajudou, cancelei tantas assinaturas e bati tanta boca que não tá escrito. Hoje meu Facebook é um punhado de Grupo de vídeos fofinhos e pretendo que assim permaneça. Eu tenho algumas prioridades na vida, e não bater palma pra indignação seletiva é uma delas.

Queria ter estudado esse final de semana mas ainda estou mal, então não consegui. Espero que pro feriado eu esteja melhor pra colocar as coisas em dia e reagir um pouco pra vida.

Peço perdão pelo vacilo e a falta de posts. Peço perdão pela falta de sentindo, porque as coisas ainda giram. A gente sabe como blogs funcionam, e às vezes a gente tenta mas simplesmente não dá. 

quarta-feira, 2 de março de 2016

Perdi algo?

Ontem eu saí da aula mais cedo. É algo que faço com certa constância, esse negócio de sair da aula de quinze a vinte minutos antes do final da mesma. Eu faço isso porque gosto de chegar em casa um pouco antes e poder tomar meu iogurte de manga em paz, limpar o rosto em paz, e ter uns vinte minutos pra fazer alguma coisa antes de ir dormir. 

Ontem e antes disso, ao sair da sala, eu fiquei com a sensação de que tinha deixado um pedaço de mim, ou meu estojo, ou meu celular, ou alguma coisa super mega importante como uma epifania em sala de aula pra trás. Coisas sem relação que me colocaram em uma mesma pilha muito errada. 

Eu não deixei, é óbvio. Eu jogo tudo o que tenho dentro da minha bolsa e muito provável que eu só deixei de ouvir ao vivo algumas groselhas das quais tenho acesso nos slides postados pelos professores. 

expliquei aqui, mais ou menos, como rolam as coisas entre a vida acadêmica e eu. E nem era disso que eu queria falar. Era mais sobre essa sensação que, nos últimos tempos, mais do que nunca, anda me afligindo. Essa sensação de que estou perdendo algo. 

Literalmente perdendo algo e coisas e oportunidades.

Essa sensação de que por ir em x lugar, eu perdi a diversão de y. Que por não querer sair, eu tô perdendo a minha vida. Que por sair, eu deixei alguma coisa física e real pra trás. Eu passo o caminho todo ansiosa, pensando que deixei minha carteira lá, embora eu já tenha visto ela duas vezes dentro da minha bolsa. Passo o caminho todo pensando que alguém vai chegar desesperado procurando por mim e eu não vou estar lá. Configurando o "lá" como qualquer lugar onde eu não esteja. 

Um dia desses conversando com as gurias da Máfia alguém jogou na mesa a ideia do FOMO, uma condição psicológica que faz com que a gente se sinta por fora do que anda acontecendo, perdendo algo. O Fear of Missing Out atinge principalmente quem é viciado em mídias sociais. Talvez eu, e você, soframos um pouco ou muito com isso. Mas não é exatamente essa a sensação que eu ando experimentando. Eu acho. Uso cada vez menos o Facebook, o Instagram eu ando abrindo lá a cada morte de bispo, e o Snapchato eu não guento mais. Claro, aquela festa cheia de tinta neon que o pessoal que eu sigo nas ~redes~ foi, e eu não, parecia estar demais, porém a realidade é que minha vontade de festa caiu bastante e só a ideia de ficar acordada até Altas Horas da Madruga™ me dá sono. Espero do fundo do coração que essa vibe passe, porque eu gosto de festar. 

De qualquer maneira, o que sinto é que eu poderia estar fazendo e sendo mais, e estou sendo menos. Que poderia estar lendo dezenas de livros por ano, mas estou assistindo filmes no lugar. Ou que poderia estar estudando mais, mas prefiro dormir no lugar. Não importa o que eu escolha fazer, não importa se eu genuinamente queira estar assistindo dez episódios de comédia um atrás do outro, lá no fundo algum monstrinho aqui dentro tá zunindo no meu ouvido e dizendo "mas você poderia estar fazendo tal coisa". Quero muito mandar ele ir pra casa do caralho, mas eu caio no erro de responder "sim, sim, sim" pra esse djiabo e depois bate aquela frustração.

Talvez eu precise otimizar meu tempo ou praticar mindfulness. Talvez eu precise rever meus conceitos e focar em uma coisa de cada vez. E, sem talvez e com toda certeza, eu preciso parar com isso, preciso controlar essa sensação, esse medo, essa agonia, porque caso contrário, migos, não vai rolar. A cada novo dia é um novo prato frio de decepção que eu sou obrigada a comer unicamente porque eu me obrigo a isso. E eu não sou obrigada, eu sei que não sou obrigada, só preciso aprender a colocar isso em prática.


Obs.: no momento sentindo que perdi a oportunidade de escrever um post decente, e por isso só lamento meus companheiros e companheiras. Amo vocês, mas ultimamente tá foda produzir. 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Um meme musical

Ou ainda: Um post cheio de vídeos

MEMES. Todos amam memes. Não acredito em pessoas que não amam memes.

Apesar de memes serem complicados no quesito mimos, porque muito facilmente nós sentimos preguiça de mimar tais posts ̶̶̶̶ mas a gente mima mesmo assim pois #resistência, a gente continua fazendo. Todo mundo ama um bom meme. 

Esse é um meme musical pelo qual fui indicada por Tatá, e o original feito por Karol Pinheiro. E pra não deixar o meme morrer, eu passo a bola para Thay, Yuu e Maria

Vem comigo? 

01. Sua música favorita


Acho que já deveria avisar que terá muito Death Cab for Cutie nesse meme. E Soul Meets Body, gente... It never gets old


02. A música que você mais odeia

Olha, a disputa é acirradíssima entre Rude do Magic! e How Deep is Your Love do Calvin Harris. Toda vez que essas duas merdas começam a tocar eu tenho vontade de sair gritando ENFIA ESSA MERDA NO CU. Desculpa. Fico nervosa. Odeio tanto que não cabe em mim.


03. Uma música que te deixa triste


Toda vez que escuto Asleep do The Smiths eu fico pensando em que vibe péssima o Mozzy deveria estar. A letra, a melodia, tudo nessa música é algo feito pra entristecer. Continua linda, porém tristonha.


04. Uma música que te lembra alguém


Sem motivos específicos, nem nada, Sweater Weather do The Neighbourhood me lembra pessoas. Uma pessoa. 


05. Uma música que te deixa feliz


Toda vez que eu escuto Stay Young, Go Dancing do Death Cab for Cutie eu sinto vontade de sair abraçando pessoas e dançando e cantando e chorando muito porque esses diabos não vem pro Brasil!!!!!!!!!!!


06. Uma música que te lembra um momento específico


Wrecking Ball, da Miley Cyrus.

Eu poderia colocar Forfun, ou Taytay, ou até mesmo Fresno. Porém foi ao som de Wrecking Ball que eu caí esse tombo e depois fiquei por 37 minutos rindo histericamente (e chorando de tanto rir) com a minha amiga. Memórias.


07. Uma música que você sabe a letra inteira


God Bless Halsey. Colors foi a minha favorita do BADLANDS logo de cara. Vai ser o próximo clipe da moça e eu amo muito de cantar feito louca.


08. Uma música que te dá vontade de dançar


Não dá pra ouvir Sorry do Justin Bieber e não começar a dançar (principalmente mentalmente) na cadeira, na rua, no ônibus, no quarto, na balada. Em tudo. 


09. Uma música que te faz dormir


Não me faz dormir, porque não dá pra dormir ouvindo Bon Iver. Só dá pra admirar. Mas uma música que me coloca numa pilha de ficar deitadinha encarando o teto é The Wolves Act I and II, que foi aleatoriamente a escolhida porque tem sido a minha favorita ultimamente. 

10. Uma música que você gosta em segredo


Guilty pleasure não existe. Guilty pleasure não existe. Guilty pleasure não existe. E é por esse motivo que sou obrigada a linkar aqui O Funk. Aquele funk que a gente escutou nos carros da praia e eu não podia deixar de cantar junto aquela letra infame toda as vezes.

(sim, ainda tem mais)


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

AQUECE OSCAR 2016 #3: Bridge of Spies e Revenant

E mais uma vez e novamente, aqui estou continuando a série de posts sobre o Oscar So White.

BRIDGE OF SPIES
Steven Spielberg
Elenco: Tom Hanks, Mark Rylance, Mark Fichera

Indicações: 6
Indicado em: Melhor Filme (Best Picture); Mark Rylance - Ator Coadjuvante (Actor in a Supporting Role); Roteiro Original (Screenplay directly for the screen); Design de Produção (Production Design); Música Original (Original Score); Mixagem de Som (Sound Mixing).

Bridge os Spies é um filme sobre espiões americanos e soviéticos durante a Guerra Fria. That's it. Mentira, tem também Tom Hanks advogando em prol do espião russo capturado em terras novaiorquinas. 

No fundo, no fundo, confesso que Bridge of Spies foi o filme do qual a premissa eu mais senti preguiça. Preguiça do elenco homem, preguiça da história do filme, e basicamente preguiça no geral. 

No fundo, no fundo, Bridge of Spies não é ruim. É um filme pra assistir se não tiver mais nada o que fazer e que com certeza daqui uns anos nem vou lembrar sobre porque não tem nada de relevante. Ele é esteticamente bonito (e azulado) e o roteiro fluiu melhor do que eu esperava. Achei que ele poderia ter sido pior, mas fico meio meme do John Travolta com a indicação dele a melhor filme. 

Saudações ao Mark Rylance que foi quem mais se destacou no longa.

THE REVENANT
Alejandro G. Iñárritu
Elenco: Leonardo Dicaprio, Tom Hardy, Will Poulter, Domhnall Gleeson

Indicações: 12
Indicado em: Melhor Filme (Best Picture); Leonardo Dicaprio - Ator Principal (Actor in a Leading Role); Tom Hardy - Ator Coadjuvante (Actor in a Supporting Role); Direção (Directing); Fotografia (Cinematography); Edição (Editing); Design de Produção (Production Design); Design de Figurino (Costume Design); Maquiagem e Cabelo (Makeup and Hairstyling); Mixagem de Som (Sound Mixing); Edição de Som (Sound Editing); Efeitos Visuais (Visual Effects).

Revenant é aquele filme que o personagem do DiCaprio foi atacado por um urso, e apesar de não estar morto e sim apenas sofrendo horrores, foi deixado pra trás por seus companheiros porque too much trouble

Revenant, bem diferente do que Iñárritu faz pensar, não é um filme que deveria ser assistido de um templo (alguém manda Alejandro be menas, por favor). A impressão que tive do filme foi mais ou menos a mesma que tive de Birdman ano passado. Não sei se gostei. Birdman, em primeiro momento até pareci ter gostado, mas depois de certas vitórias, acho que odiei mesmo. Revenant é uma incógnita. A fotografia é bonita, a trilha sonora também. A direção quer chocar e inserir uma espiritualidade que, pra mim, não convenceu. Então são muitas questões, sabe? 

Acredito que a atuação de Leonardo DiCaprio tenha sido algo muito mais físico, afinal o moço mal falou durante o filme todo. Falta assistir alguns outros filmes dos indicados a melhor ator, porém apesar de achar que esse ano Leozinho leva, eu não acho que seja mais merecido que Leozinho em Wolf of Wall Street (se excluir a concorrência pesada daquele ano, afinal Matthew McConaughey é algo). Tom Hardy com certeza mereceu a indicação e surpreendeu bastante sendo um mala sem tamanho (Bane é querido perto dele). 

Mas assim, na #sinceridade, eu passei boa parte do filme querendo que ele acabasse. O que foi uma constante com outros filmes do Oscar também, mas esse em questão eu senti ser algo bem comum se calcular a quantidade de gente pegando o celular pra ver que horas eram  ̶̶̶̶  será que vai demorar?, aquela pegadinha no celular deixava explícito. 

Definitivamente não é o meu favorito, mas pra filme ruim nível Ted também não serve. Revenant: o dilema do Oscar 2016.


Obs.: Gosta de gente como a gente falando sobre os filmes do Oscar? Então aproveita e acompanha o blog de Sharon e Pássara pra mais posts sincerões.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

AQUECE OSCAR 2016 #2: The Big Short, Brooklyn, Room e Spotlight


E continuando com a série de posts sobre o White Awards, vamos lá:

THE BIG SHORT
Adam McKay
Elenco: Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling, Brad Pitt

Indicações: 5
Indicado em: Melhor Filme (Best Picture); Christian Bale - Ator Coadjuvante (Actor in a Supporting Role); Direção (Directing); Roteiro Adaptado (Screenplay based on previous material); Edição (Editing).

Big Short é um filme de pessoas brancas sobre a bolha imobiliária da economia estadunidense que deu ensejo a crise econômica de 2008. Um dos caras brancos do filme decide apostar contra a economia do seu país, sob o argumento de que esta quebrará em breve. 

Big Short é um filme que tem tudo para ser chato, mas não é. Assisti o filme no cinema e devo dizer que foi uma das melhores surpresas do Oscar até agora. Por certo, não entendi grande parte dos diálogos porque tem muita economia rolando, e apesar disso, ainda assim o filme é ótimo.

A direção faz uso de diversos ângulos de câmera, coloca famosos pra explicar conceitos econômicos pros meros mortais (gente, é sério, tem até Margot Robbie e Selena Gomez sendo elas mesmas pra nos explicar as coisas), e faz bastante uso de trilha sonora destoante. E eu não sei vocês, mas eu amo isso.

Penso que esnobaram o Steve Carell aqui porque achei que ele entregou um papel maravilhoso, e quase melhor que o Christian Bale. Mas que que eu sei, né não?

Saí do cinema deveras contente porque é um filme divertido e que flui super bem. Vão na fé. Recomendo.


BROOKLYN
John Crowley
Elenco: Saoirse Ronan, Hugh Gormley, Emory Cohen, Domhnall Gleeson

Indicações: 3
Indicado em: Melhor Filme (Best Picture); Saoirse Ronan - Atriz Principal (Actress in a Leading Role); Roteiro Adaptado (Screenplay based on previous material).

Ellis Lacey se muda da sua terra natal (Irlanda) para tentar a vida em Brooklyn, NYC. Ellis sente saudade de casa até que sente um pouco menos porque conhece um encanador italiano. Coisas acontecem e, após uma visita a sua terra natal, Ellis começa a se sentir dividida entre os dois países. 
Gostei do filme? Gostei. É fofinho, o figurino é lindo, mas a história em si é meio fraquinha, né? Não pensei que Brooklyn fosse ser indicado, e agora que assisti, não entendo porque foi. É um filme pra dar umas choradinhas e perceber o quão linda é a pele de Saoirse Ronan. Fora isso, não acho que leva. Vamos ver. 


ROOM
Lenny Abrahamson
Elenco: Brie Larson, Jacob Tremblay, Sean Bridgers

Indicações: 4
Indicado em: Melhor Filme (Best Picture); Brie Larson - Atriz Principal (Actress in a Leading Role); Direção (Directing); Roteiro Adaptado (Screenplay based on previous material).

O filme conta a história de Jack, um garoto (contra todas as expectativas, porque eu passei metade do filme achando que ele era uma guria) que nasceu e se criou (bem... parcialmente se criou) junto com a sua mãe, Joy "Ma", em um quarto de 10m², em cativeiro. 

O filme é bem... Denso. Achei um dos mais relevantes filmes do Oscar até agora. O filme puxa pro lado do garoto Jack, e em como sua visão é deturpada sobre o que é a vida. Passei uma boa parte do filme agoniada, torcendo pelos dois e querendo matar de maneira grotesca o abusador. 

A história é boa. A execução do filme foi boa. A Brie Larson está espetacular no papel, e acredito que leve o prêmio da noite. O garoto Jacob Tremblay atuou magnificamente, e provavelmente veremos o seu rosto com mais frequência agora. Não sei se leva melhor filme, mas com certeza mereceu a indicação.


SPOTLIGHT
Tom McCarthy
Elenco: Mark Ruffalo, Michael Keaton, Rachel McAdams, John Slattery

Indicações: 6
Indicado em: Melhor Filme (Best Picture); Mark Ruffalo - Ator Coadjuvante (Actor in a Supporting Role); Rachel McAdams - Atriz Coadjuvante (Actress in a Supporting Role); Direção (Directing); Roteiro Original (Screenplay directly for the screen); Edição (Editing).

Spotlight conta a história de um grupo de jornalistas que resolve expor os abusos da Igreja Católica na cidade de Boston/EUA. O grupo, que trabalha para o Boston Globe, executou uma investigação que desvendou décadas de encobrimentos nos mais altos níveis de estabelecimentos legais e religiosos, e mais tarde desencadeou uma onda de revelações ao redor do mundo. 

Na sinceridade, eu esperava mais de Spotlight. O cast é ótimo (porém super white) e pesado, e o filme é tão agoniante quanto poderia ser. Não dá pra assistir ele e não querer mostrar pros fanáticos religiosos e perguntar: cadê seu Deus agora? Ele é intenso, mas poderia ser mais. 

Esperei ansiosa a publicação da história no filme para poder assistir as milhares de merdas que devem ter acontecido depois. Se você for assistir o filme esperando isso também, não assista. O filme realmente só conta sobre a história dos jornalistas, e caí longe de aproveitar a deixa e expor o rebuliço que aconteceu da publicação. É um filme bem investigativo e que levou o prêmio no SAG Awards. 
© AAAAAA
Maira Gall